conto de NATAL

O conto que se segue foi mais ou menos inventado por mim e o meu avô deu-lhe um jeitinho para ficar melhor.
Ele disse-me que o conto podia ser mais bem escrito e que eu fazia bem em pedir ás pessoas que o lêem para o reconstruírem se achassem que valia a pena.
Por isso espero que, em vez de o comentarem, o refaçam no local dos “comments”. Ele também me propôs que a melhor versão de todas que lá aparecesse fosse publicada por altura do Ano-Novo. E eu aceitei. E vocês?!

natal-em-cima-de-ganso.jpg

O GANSO-DA-ASA-FERIDA

Era uma vez um ganso muito branquinho que, com uma asa ferida, caiu do céu.
Um menino, que vinha a passar, viu-o e dirigiu-se a ele para o consolar.

Foi então que apareceu um senhor bem vestido que lhe disse:

-Olha rapaz, não deves tocar na ave porque ela pode ter uma gripe perigosa!

O menino, pressentindo o sofrimento do ganso, fingiu que se ia embora, mas depois voltou atrás e, com muito cuidado, embrulhou-o e levou-o para uma barraca de madeira que o pai tinha no fundo do quintal.

Era uma barraca para guardar alfaias agrícolas que já não tinha serventia.

Aí o colocou, depois de lhe ter feito um ninho com camisas de milho.

Receando que alguém mais o impedisse de tratar do seu ganso, resolveu não contar nada a ninguém. Nem a seus pais.

Foi na internet que ele encontrou um sítio destinado a ensinar a curar-asas-feridas, para evitar mais sofrimento à ave. E aí também teve o cuidado de saber o que era isso da gripe das aves, de que lhe falou o senhor bem vestido, mas sem motivo porque, se aquela tinha febre era da ferida de que padecia.

Passados uns tempos, depois de ter tratado muito bem do seu novo amigo, o menino resolveu libertá-lo, numa altura em que os pais não estavam em casa.

Foi à barraca das alfaias, pegou no ganso e depois encaminhou-se em direcção à figueira grande que ficava ali pertinho.

Largou-o no chão para ver se ele já podia voar de novo. Porém, o bichinho manteve-se aninhado e calmo.

Como fazia frio e a curiosidade era muita, regressou à barraca para, por entre as tábuas, poder observar como ele iria reagir a partir daí.

Para surpresa sua, passado pouco tempo, viu surgir outros dois gansos que pousaram à beira do seu amigo.

Bateram nos bicos uns dos outros como se estivessem a tocar-se com as palmas das mãos, como fazem os humanos quando alguma coisa correu bem. Ficou maravilhado com o que viu.

Deixou-se ali estar algum tempo a contemplá-los até que, sem querer, adormeceu de cansaço sobre as camisas de milho que cobriam o chão.

Só acordou quando os seus pais chegaram a casa e começaram a gritar pelo seu nome, naturalmente preocupados com sua ausência. Nessa altura olhou para o local onde deixara os gansos mas já eles tinham partido.

Entre decepcionado e feliz, pensou logo que os três haviam reiniciado a sua migração em direcção a África, fugindo do frio, como lhe tinham ensinado na escola.

Antes do jantar disse aos pais como encontrou e tratou do ganso e contou-lhes também este lindo sonho que teve quando adormeceu sobre as camisas de milho:

“Eu sonhei que os três gansos, incluindo o que eu curei, me convidaram a montar nas suas costas, à vez, para me levarem até ao Pólo Norte a caminho da casa do Pai Natal. E foi dali, de casa do Pai Natal, que os três gansinhos agradecidos me trouxeram de volta, com muitas prendas para distribuir pelas crianças pobres da nossa aldeia”.

Contado o sucedido com o ganso, bem como o sonho, os pais riram-se docemente para o filho dizendo-lhe que também eles, na sua ausência, tinham cuidado do “passarinho”. Disseram-lhe igualmente, porque era noite de Natal, que no tempo deles quem distribuia as prendinhas nos sapatos era o Menino Jesus…

bernard – 24 Dezembro 2007

Nota: -O meu avô não resistiu e hoje (27/12) resolveu “melhorar” o texto, visto que parece ter tido pouco sucesso o meu pedido para que outros leitores o tornassem mais capaz 🙂

5 Responses to conto de NATAL

  1. Oi meu anjo,

    Tou passando apenas para te desejar um bom Natal e um maravilhoso ano de 2008 cheio de tudo que mais precisares. E que Deus e os Anjos te concedam sempre paz, amor e saúde.
    Beijos em teu coração.

  2. Vai ser difícil deixar este conto mais doce. Mas vou tentar. E o farei no blog da dodô, em sua homenagem e de seu adorável avozinho. bjs

  3. Je Vois la Vie en Vert diz:

    Bonsoir Bernard,
    Ton conte est adorable et c’est la version originale qui est la meilleure ! D’aileurs tout ce qui est original et pur est beau !
    Même si je voulais changer quelque chose, je ne pourrais pas pour 2 raisons : je n’écris pas assez bien le portugais (je me débrouille, comme tu peux voir sur mon blog car je vis quand même dans ce beau pays depuis 33 ans mais mon style n’est pas excellent) et puis je pars pour quelques jours embrasser mes “vieux” parents (je le dis avec beaucoup de tendresse et pas du mépris) qui ont 87 et 89 ans. J’ai de la chance de les avoir encore vivants tous les 2 à cet âge là mais, avec beaucoup de tristesse, je sais qu’ils s’en iront un jour. Ma seule consolation sera qu’ils iront tout droit au paradis car ce sont de bonnes personnes.
    Moi aussi je t’aime beaucoup. Je t’embrasse affectueusement.

  4. Thysanura diz:

    meu amigo:
    espero que o Natal tenha sido generoso para ti e para a tua família.
    vim aqui dar mais um passeio, e deparo-me com tão bela “estória” que, na minha humilde opinião, está perfeita! e sabes porquê? porque a escreveste com o teu avô!
    acho que não consigo ter a mesma inspiração que vocês, mas talvez tente 😉
    beijinhos

  5. BUH diz:

    Bah, tri legal o seu blog…
    Obrigada por passar lá no brunaldinha!
    Feliz 2008!
    ;@ BUH
    http://www.brunaldinha.blogger.com.br

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